11 de dezembro de 2024
AgroZ2

Menos de 20% das empresas do agro usam tecnologias aplicadas à gestão

O estudo “Índice de Produtividade Tecnológica (IPT) de Agro” apontou que apenas 19% das empresas do agronegócio utilizam ferramentas e tecnologias aplicadas à gestão da produção.

A pesquisa conduzida pela empresa de tecnologia TOTVS e realizada pela consultoria a h2r insights & trends avaliou a internalização e o ganho de performance a partir do uso de tecnologia. Foram entrevistadas 350 pessoas, entre proprietários e profissionais de alta gestão de empresas do agronegócio instaladas no Brasil, com faturamento acima de R$ 20 milhões

O Índice de Produtividade Tecnológica (IPT) de Agro constatou um desempenho de 0,58, em uma escala de 0 a 1, revelando o uso moderado de tecnologias aplicadas à gestão da operação e vendas (ERP).

Os 19% dos entrevistados figuram no quarto quadrante, ou seja, com IPT de 0,75 a 1, que reflete uma maior maturidade no uso de tecnologias para maior eficiência na tomada de decisão.

“O resultado deste IPT mostra que muitas empresas do agro já reconhecem a relevância do ERP e das tecnologias complementares para a gestão dos negócios. Existe sim um avanço em relação a outros segmentos da economia”, disse Fabrício Orrigo, diretor de produtos de Agro da TOTVS.

“Ao mesmo tempo, observamos uma incerteza no que diz respeito aos próximos passos da digitalização, além de uma oportunidade de internalizar melhor os sistemas para alavancarem a produtividade e obterem melhores resultados da operação”, completa.

Sete subsegmentos
O estudo da TOTVS considerou sete subsegmentos do agro:

  • 22% produção de sementes;
  • 21% comercialização;
  • 21% produção de multicultura;
  • 19% pecuária;
  • 14% agroindústria;
  • 14% de bioenergia; e
  • 8% processamento e beneficiamento.

O subsegmento com maior média no IPT é o de bioenergia, que obteve 0,67, seguido por produção de multicultura com 0,64.

Processamento e beneficiamento, comercialização, agroindústria e pecuária flutuaram na média, variando de 0,54 a 0,57.

Enquanto, o subsegmento de produção de sementes apresentou a menor nota no IPT com 0,49.

Tecnologia para gestão da produção e uso de sistemas complementares
Em relação à aplicação de tecnologias para a gestão da produção, o estudo constatou que mais de 84% das empresas utilizam sistemas para apoiar a contratação de serviços na unidade de produção e, também, na gestão de custos e mão de obra rural.

Segundo a pesquisa, mais de 80% das companhias entrevistadas já utilizam soluções fitossanitárias, ou seja, para monitoramento e controle de pragas, e de controle agrônomo.

Enquanto 65% utilizam soluções para controle meteorológico e 48% para inventário florestal.

Colheita e beneficiamento
Quanto à gestão de colheita e beneficiamento, mais de 80% das empresas possuem soluções para gestão e programação de colheita, controle e recepção de matéria-prima, logística e transporte.

Cerca de 63% possuem uma solução para beneficiamento de produtos agrícolas, 47% para beneficiamento de sementes e apenas 23% para beneficiamento de algodão.

Soluções complementares
Em relação ao uso de soluções complementares, a pesquisa apurou que

  • 53% das companhias fazem uso de leitor eletrônico de etiquetas,
  • 46% utilizam sistemas para segurança e rastreamento da produção,
  • 40% aplicam BI (Business Intelligence),
  • 39% possuem soluções de mobilidade para coleta de dados e
  • 38% sistemas para interoperabilidade, ou seja, a integração entre máquinas.

Inteligência artificial
Por outro lado, o estudo observou ainda o um déficit da integração de outras ferramentas tecnológicas.

  • 69% dos entrevistados apontaram não possuir soluções que utilizam Inteligência Artificial (IA),
  • 58% não possuem um portal agrícola para centralizar informações e demandas e
  • 49% não utilizam ferramentas de telemetria.

“Sistemas de gestão e produção estão entre as ferramentas que mais contribuem para transformar a forma como as empresas agrícolas operam, gerenciando recursos, otimizando processos e maximizando os resultados”, explica o executivo.

Segundo Fabrício Orrigo, já é observado uma boa adoção de certas tecnologias complementares. “Porém há muitas oportunidades para aumentar a adoção de outras ferramentas que podem potencializar muito a performance e rentabilidade dos negócios”, reforça o executivo.

Ganho de Performance
Quando questionadas sobre os ganhos de performance do negócio pela utilização de ERPs, 64% das empresas destacaram acesso rápido às informações para apuração de resultados, 63% garantiram a conformidade com as normas regulatórias, 61% salientaram a agilidade para tomadas de decisão e 58% reforçaram a melhora na gestão dos fornecedores.

Em relação ao ganho de performance na operação, 19% das empresas afirmaram que os ganhos foram percebidos de forma integrada, ou seja, os gestores observaram resultados positivos em todos os critérios da performance de produção.

Com a utilização de sistemas especializados para a produção agrícola:

  • 50% afirmaram melhora na qualidade da produção,
  • 49% salientaram otimização na manutenção dos equipamentos e redução de tempo na linha de produção e
  • 47% apontaram a redução da ociosidade do maquinário.

Perfil da amostra
Para a elaboração da pesquisa, os 350 proprietários e profissionais, em sua maioria da alta gestão, de empresas do agronegócio com faturamento acima de R$ 20 milhões,foram entrevistados no período de agosto a dezembro de 2023.

No detalhe, 41% são empresas de grande porte, 29% de médio e 21% de pequeno porte.

Em relação à região que se encontram,

  • 51% das empresas estão no Sudeste,
  • 33% no Nordeste,
  • 21% no Centro-Oeste,
  • 15% no Sul e
  • 7% no Norte do Brasil

Do Visão Agro

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