Antiella Carrijo Ramos – Aprender a Participar
A participação social é um princípio fundamental para o fortalecimento das políticas públicas. No entanto, na Assistência Social, ainda existem muitos desafios a serem vencidos, pois as práticas profissionais teimam em seguir paradigmas que se apoiam na concepção da caridade e da benevolência, o que não contribuí para o desenvolvimento do protagonismo e da autonomia das pessoas. Além disso, reproduzem a subalternização e fortalecem os ciclos de violência e violação de direitos na vida dos usuários e trabalhadores. Tais paradigmas precisam ser, de uma vez por todas, superados!
A realidade das famílias atendidas na Assistência Social é marcada pela pobreza material e simbólica, que as impedem de acessar melhores condições de vida, dificultando uma participação na sociedade mais qualificada e efetiva. Esta realidade torna inadiável a criação de um amplo processo de formação, capacitação e investimentos que envolva os usuários da política da Assistência Social, tendo em vista a produção de conhecimento, o acesso à informação e a construção de percursos educativos que sejam capazes de gerar consciência crítica e produzir o desejo de participar.
A participação social precisa ser compreendida como instrumento de exercício da cidadania e da garantia dos direitos e é preciso levar em consideração que esse conhecimento não está acessível a população de maneira imediata, sendo necessário criar mecanismos e estratégias que possibilitem que as pessoas aprendam a participar e a exercer o controle social no acompanhamento, na avaliação e na execução das políticas públicas.
O território e os processos grupais, no âmbito do trabalho social com famílias, são espaços privilegiados para a participação. Além de serem ambientes que, a partir da realidade concreta, geram reflexões e aprendizagens, ampliam o universo informacional dos usuários e consolidam, na prática, a participação popular como um princípio do Sistema Único da Assistência Social (SUAS).
Neste sentido, as ações e condutas técnicas, executadas por todos os trabalhadores do SUAS, devem possibilitar a socialização das informações e o desenvolvimento de processos reflexivos,
característicos de uma pedagogia- problematizadora, que considerem a participação como tema gerador, a ser conhecido e apropriado por todos, para que assim ela possa se efetivar como um instrumento de práticas, verdadeiramente, emancipatórias.
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Quanta clareza nesse texto. É isso. Não basta querer participar. É preciso aprender a participar! Que essa seja uma leitura disparadora de desejos e açoes! Parabéns!!!