20 de setembro de 2024
Opinião

Dr. Eduardo Ursolino – Síndrome de Burn Out

A síndrome de Burn Out é o resultado da exposição crônica a fatores estressores relacionados ao ambiente de trabalho, levando ao esgotamento físico e mental. Mais recentemente esta síndrome tem afetado especialmente médicos, professores e policiais.

Os primeiros sinais indicadores do desenvolvimento deste transtorno ocorrem quando o indivíduo apresenta auto afirmação com dedicação intensificada no trabalho, necessidade de fazer tudo sozinho, e descaso com hábitos pessoais (comer, dormir, sair com amigos).

Em seguida o indivíduo passa a reconhecer que algo não vai bem, mas não enfrenta o problema, e assim prefere se manter isolado, e a única medida de auto-estima é o trabalho. As outras pessoas são desvalorizadas e tidas como incapazes, e os contatos sociais são repelidos.

Na fase seguinte o cinismo e a agressão passam a ser sinais evidentes, o indivíduo evolui com distanciamento emocional, vazio interior, depressão, desesperança, e por fim vem a exaustão e o esgotamento, instalando-se a síndrome.

A presença de três grupos de sintomas é fundamental para o diagnóstico deste transtorno. Considera-se a exaustão, onde o indivíduo se sente esgotado e com a sensação de que não será possível recuperar a sua energia, torna-se irritável, amargo e pessimista.

Outro elemento essencial para o diagnóstico é o distanciamento emocional, onde há uma indiferença com o sofrimento alheio e uma perda da capacidade de empatia. E um terceiro fator presente é o comprometimento da realização pessoal, quando o indivíduo tende a avaliar negativamente sua capacidade de desenvolver tarefas e interagir com colegas de trabalho, passando a ter sentimentos de insatisfação com os resultados obtidos.

O tratamento é baseado em psicoterapia, uso de medicações como antidepressivos e ansiolíticos, alterações nas condições de trabalho, e mudanças no estilo de vida como atividade física e exercícios de relaxamento.

O Burn Out pode ser considerado um transtorno mental da modernidade devido à sua alta prevalência; segundo pesquisa realizada pela ISMA-BR acomete 30% dos profissionais brasileiros.

O estresse tem sido cada vez mais frequente no cotidiano da população devido ao aumento da competitividade no mercado de trabalho, e agravamento da crise econômica e social. Tais fatores predispõem o alto nível de exigência dos empregadores por profissionais capacitados, e à auto cobrança exagerada no desempenho ocupacional.

Segundo dados da Secretaria de Especial de Previdência e Trabalho, na comparação entre os anos de 2017 e 2018, o crescimento de benefícios de auxílio-doença por Burn Out chegou a 114%.

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