23 de novembro de 2024
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Projeto constrói relação entre Rio Pardo e comunidade para despertar senso de preservação



O resgate de histórias da comunidade da Vila Divineia, em Santa Cruz do Rio Pardo, desencadeou o nascimento de um projeto que, num primeiro momento, visa estimular o senso de preservação do rio para mais adiante, despertar em cada morador a importância que o Pardo exerce na manutenção da vida na cidade.

O projeto “Expedição Rio Pardo” foi idealizado por Antonio Goes e Jarbas Monteiro, integrantes do grupo de adultos do Cras Betinha. A psicóloga Antiella Ramos acompanha o desenvolvimento do projeto e orienta os participantes. Segundo ela, a partir de relatos das memórias de integrantes do grupo, surgiu o desejo de conhecer um dos cenários do rio. A sujeira acumulada ao longo do trajeto, despertou a necessidade de preservação. E desse ponto inicial é que a importância do Pardo veio à tona.      

No ano passado trabalhávamos o resgate de histórias da comunidade da Vila Divineia. Uma história marcante é das lavadeiras do rio, das mulheres que na época em que não havia água encanada lavavam roupas no rio. Um maquinista observou a dificuldade que elas enfrentavam e juntou algumas pedras na margem do rio para facilitar a lavagem das roupas. Então pedi para me levarem nesse local”, conta Antiella.

Nessa pequena expedição, o grupo percebeu que havia muito lixo na beira do rio.

“Começamos a problematizar a partir dessa situação um projeto que não pensasse só a questão da limpeza. A limpeza foi o ponto inicial. Mas, por se tratar de um trecho do rio que fica dentro do território do Cras Betinha, pensei que poderia ser muito mais”, explica.

Antiella pensa que para cuidar de algo é preciso despertar nas pessoas a noção da importância que esse “algo” carrega. 

“O objetivo é a preservação e a valorização do rio desde que sejam construídas a partir da relação que a comunidade tem com o Pardo. Se amam o rio, vão cuidar. Primeiro estamos trabalhando a relação de afeto da comunidade com o Pardo”, explica.

O Expedição Rio Pardo tem apoio da Prefeitura de Santa Cruz e já firmou parceria com a ONG Rio Pardo Vivo. A ideia é, futuramente, fazer uma grande expedição.

“Fizemos algumas mini expedições em trechos conhecidos do território do Cras. Agora queremos conhecer a nascente, as quedas dentro de Santa Cruz – que dizem ser o trecho mais bonito do rio – e tbm conhecer a foz”, diz Antiella.



Antonio Donizete de Goes é integrante do grupo de adultos do Cras e idealizador do projeto. Ele afirma que conhecer o rio será fundamental para resgatar as histórias da comunidade. 

“O Pardo teve muita serventia ao longo do tempo. Já tomei muito banho no rio. As pessoas da comunidade usavam para lavar as roupas. A vila estava em formação e não tinha água encanada. Mulheres botavam as roupas nas bacias e lavavam na beira do rio”, recorda. 

Jarbas Monteiro São Miguel é outro iintegrante e idealizador. Para ele, o projeto será importante e servirá de exemplo para muita gente.    

“Já limpamos a beira do rio e toda semana estamos coletando sujeira. O rio Pardo, para os santa-cruzenses é muito importante. Temos que cuidar.”




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