10 de novembro de 2024
AgroZ1

Soja em MT: clima aperta e safra pode ter a maior quebra da história

Mato Grosso é um dos estados que mais sofre com o clima desfavorável castigando as lavouras de soja. Nesta semana, a Aprosoja MT trouxe um ajuste em sua estimativa projetando uma quebra de 20%, sendo esta a pior perda da história. E em relatos inúmeros que chegam ao Notícias Agrícolas de produtores de todas as regiões do maior estado produtor da oleaginosa no Brasil, este é, de fato, um ponto de convergência: nunca se viu algo como o que acontece na safra 2023/24 em Mato Grosso.

Confirmada a estimativa da Aprosoja, o estado colheria 36,15 milhões de toneladas de soja, 9,16 menos do que na safra 2022/23. E este número pode cair ainda mais caso as condições não melhorem o suficiente para promover uma recuperação dos campos. Mais do que isso, muitas áreas já registram perdas irreversíveis, áreas recordes de replantio e as primeiras produtivas muito aquém do inicialmente esperado.

Em Campos de Júlio, as primeiras áreas colhidas têm marcado uma média de 7,5 a 20 sacas por hectare somente, segundo Tiago Daniel Comiran, produtor rural do município, em entrevista ao Notícias Agrícolas. Ele relata ainda que 20% da produtividade geral já foi perdida e, como chuvas seguem irregulares, diminuição poderá ser ainda maior.

Devido à seca, algumas cidades de Mato Grosso como Diamantino, Canarana, Alto Paraguai e Sorriso já tiveram estado de emergência decretado. Abaixo, as condições dos campos de soja em Diamantino em vídeos enviados por Altemar Kroling. Água Boa também deverá ter o decreto nos próximos dias.

A falta de umidade no solo em níveis adequados deve continuar, de acordo com Felippe Reis, analista de safra da EarthDaily Agro, também em entrevista ao Notícias Agrícolas. O verão deve trazer um pouco mais de chuvas para o estado, porém, em volumes ainda pouco fortes de forma a promover um reestabelecimento dos solos no estado. Além do mais, novas ondas de calor deverão ser registradas, agravando ainda mais a situação.
“Quando temos temperaturas muito acima da média, isso aumenta a evapotranspiração, e isso associado a uma baixa precipitação, baixo volume de chuvas, resulta em uma diminuição da umidade do solo, que é o que vimos registrando em diversas regiões do Brasil da zona da soja, principalmente do Centro para cima. Vimos este cenário em outubro, novembro e partes de dezembro”, diz Reis.
Do Notícias Agrícolas

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