Climatologista brasileiro alerta para o ponto sem volta da savanização da Amazônia
A Amazônia está próxima do ponto em que deixará de ser uma floresta tropical e se tornará uma savana. É o que diz o climatologista e estudioso das alterações climáticas Carlos Nobre. Na 28ª COP28 (Conferência do Clima das Nações Unidas), que acontece até dia 12 de dezembro em Dubai, nos Emirados Árabes Unidos, Nobre explicou que o período de seca na Amazônia tem aumentado nas últimas décadas, num claro sinal de que o chamado ponto de não retorno do bioma está próximo.
“Por que os `el Niños` fortes estão se tornando mais frequentes? Aquecimento global, oceanos mais quentes. O Pacífico Equatorial mais quente. O Oceano Atlântico, ao Norte do Equador, está batendo recordes de temperatura e isso induz secas na Amazônia”.
O especialista citou como exemplo da perda de vitalidade do bioma, que é fundamental para deter o aquecimento global, o fato de no sul do Pará e no norte de Mato Grosso a floresta amazônica já se ter tornado uma fonte de carbono, ou seja, emite mais carbono na atmosfera do que absorve.
A avaliação de Nobre confere com os dados do Painel Intergovernamental de Mudanças Climáticas da ONU que a savanização da Amazônia já é um fenômeno em curso. A Amazônia é a maior floresta tropical do mundo, tem a maior biodiversidade registrada no planeta, com cerca de 5,5 milhões de quilômetros quadrados em 9 países diferentes.
Com informações do grupo Lusa