Cidade do PR transforma cocô de porco em energia elétrica
Uma central de bioenergia instalada recentemente em Toledo, no oeste do Paraná, está produzindo energia elétrica a partir do biogás gerado por cocô de porco. Por dia, a unidade tem a capacidade de gerar energia suficiente para abastecer 1,5 mil casas populares.
A matéria-prima para produção de energia em Toledo vem de 15 produtores da região que possuem 41 mil suínos. Os animais produzem diariamente cerca de 340 metros cúbicos de estrume, volume equivalente a 340 caixas d’água de mil litros cada.
A transformação dos dejetos em energia é feita em biodigestores, que são estruturas de concreto revestidas com lona plástica resistente. No ambiente fechado e com pouco oxigênio, as bactérias consomem parte do material orgânico dos dejetos, liberando um gás rico em metano.
Com o processamento nos biodigestores, há uma redução de até 90% da emissão de gases que contribuem para o efeito estufa e são liberados pelas fezes dos animais. A unidade em Toledo é capaz de reduzir a emissão de até 10 mil toneladas de gás carbônico por ano, segundo o CIBiogás.
A cidade é a maior produtora de carne suína do país, com movimentação bruta anual de mais de R$ 1,3 bilhão, de acordo com dados da Secretaria do Agronegócio, Inovação, Turismo e Desenvolvimento Econômico de Toledo. Além disso, abriga 681 produtores com criação que supera mais de 1,8 milhão de porcos.
Além de energia elétrica, o biogás pode ser refinado, como é feito com o gás natural fóssil, e pode abastecer veículos e, no setor agroindustrial, substituir a lenha.
O modelo de negócio instalado no Paraná prevê atualmente duas fontes de renda: a negociação de créditos de energia elétrica com a Companhia Paranaense de Energia (Copel), na modalidade de compensação de energia para minigeração distribuída, e a venda dos créditos de carbono.