“Estou sendo perseguida, me isolaram”, diz diretora do Pro-Bem à CPI
A coordenadora do Pro-Bem, Márcia Gaspar da Silva Luiz disse na tarde desta quinta-feira (07) em depoimento à CPI do Pro-Bem que está sofrendo perseguição política do Secretário de Meio Ambiente, Renato Emiliano Rosa. Ela entregou à CPI o vídeo divulgado em primeira mão pelo Facebook do Diário Cidadão em que, segundo ela, um veterinário e o secretário Renato discutem uma forma de formalizar uma queixa para tirá-la do programa.
“Estou sendo perseguida pelo Renato. Ele foi na clínica do Kaio tentando convencê-lo a fazer protocolo contra mim. Desde que apoiei o Otacílio eles me isolaram. Não vou mais na Prefeitura, chamam diretamente a Luciana (Luciana Araújo, coordenadora financeira do programa), estou à margem. Recebi esse vídeo e não sei como uma pessoa se propõe a fazer isso”, declara Márcia.
“Queira entender por que querem me tirar de lá? Pra eu não fiscalizar o que está sendo mandado a vocês? Eles estão querendo esconder alguma coisa? É a única intenção. Por que a coordenadora (Luciana) de repente pede uma transferência? Ela é responsável pela parte financeira. Se me perguntarem quanto os veterinários têm para receber eu não vou poder responder porque eu trouxe ela e ela foi diretora por quatro anos no compras. Então eu trouxe ela para agregar comigo. Você cuida da parte financeira e eu cuido da castração, do atendimento ao público, vou fazer o ‘corre’ com os veterinários, com os cuidadores, e você fica com essa parte financeira. Por que ela está querendo cari fora agora?”, declarou Márcia Gaspar da Silva Luiz.
Procurado pela reportagem o Secretário Renato nega que esteja perseguindo politicamente a coordenadora do Pro-Bem. Segundo ele, Márcia está tentado desviar o foco das investigações. “A principal investigada é ela. Ela é responsável pelo programa desde o início”, declara.
ENTENDA
Mensagens em grupo de WhatsApp e áudio de uma reunião dentro de uma clínica veterinária, revelam um suposto complô de veterinários para derrubar a diretora do Pro-Bem, Márcia Gaspar da Silva Luiz. Márcia FOI ouvida na tarde desta quinta-feira (07) pela CPI da Câmara que investiga gastos de R$ 1 milhão da Prefeitura com o programa.
As mensagens de WhatsApp são de 9 de outubro, dias antes de a Prefeitura anunciar a paralisação dos serviços do Pro-Bem para apuração de possíveis irregularidades. Nas conversas no grupo denominado “Probem DOBEM”, veterinários mostram preocupação com a retenção dos pagamentos e demonstram a intenção de responsabilizar a diretora do programa.
Veja trecho da conversa entre dois veterinários
“Então, informações extra oficiais diz que: atendimentos suspensos semana que vem e pagto todos glosados (retidos)”
“A gente afunda a Márcia”
“Mas não é a Márcia que conversou com a gente é o Diego”
“Ah não, então vamos esperar ele falar alguma coisa (…) Tudo que foi feito foi com autorização da diretoria, por isso que se quiserem glosar (reter) alguma coisa a gente joga na Márcia”
Já o áudio, segundo apurou o Diário Cidadão foi feito com um celular escondido dentro da clínica de um veterinário que se reuniu com um representante do primeiro escalão do município.
“Precisam receber o serviço que foi feito, concordo com vocês. O que depender da gente, eu e o Diego, a gente vai pagar. Precisa agilizar isso ai porque o final do ano está chegando. E se o Otacílio vem ano que vem e fala, eu não vou pagar”
“Sim. No máximo, 30 de novembro (temos que receber). Então o primeiro passo, a gente vai e protocola uma insatisfação? (contra Márcia)”
“Protocola uma insatisfação. Você vai lá hoje (no Pro-Bem) e faz tudo o que precisa. Ela (Márcia) vai te dar a resposta? Tenho certeza que não. Você não obtendo resposta dela, que é a diretora. Ela tem que passar todas as informações que você pedir, não pode ter omissão por parte dela. Se ela não fizer, você vai lá e faz um protocolo. Com esse protocolo eu consigo tirar ela do programa e colocar outra pessoa pra dar prosseguimento nisso aí. A intenção dela é enrolar…”
O Pro-Bem programa de atenção animal, autoriza o município a contratar clínicas e veterinários para executar diversos procedimentos em cães e gatos sob a tutela de pessoas de baixa renda. Um CPI investiga gastos de R$ 1 milhão da Prefeitura com programa. Algumas clínicas receberam pagamentos com valores elevados. Uma delas tem R$ 120 mil empenhados. A CPI quer saber entre outros questionamentos, a quantidade de animais atendidos e a especificação dos procedimentos realizados.
Na manhã de quarta-feira (06), a CPI do Pro-Bem colheu os primeiros depoimentos. O vereador Paulo Pinhata (AGIR) e o ex-vereador Luiz Novaes, o Psiu, foram ouvidos pela comissão formada pelos vereadores do União Brasil Juninho Souza (presidente), Fernando Bitencourt (relator) e Cristiano Tavares (membro).
Quem a CPI do Pro-Bem vai ouvir:
07/11
-Luciana Araújo
-Caroline Ramos de Oliveira
-Márcia Odete Gaspar da Silva Luiz
12/11
– Marcelo Leitão Consalter
– Paula Renata Fagundes Yoneda
– Luciana Bianchi Serra
– Giovanna de Assis Castro e Leite
– Rafaela Xavier de Melo Zilio
– Daniel Pinheiro Scantamburlo
13/11
– Kaio Sérgio da Venda
– Mileni Antonelli Chagas Souza
– Marcelo Nisigushi
– Franciele Cristina da Silva
– Guilherme Manso Zaia