24 de novembro de 2024
Agro

IAC tem nova patente de método para retardar o amadurecimento de frutos

O Instituto Agronômico (IAC-Apta) completa 137 anos com a patente de um método para retardar o amadurecimento de frutos na pós-colheita, que visa à preservação dos frutos de modo a viabilizar seu transporte e comercialização. A pesquisa que gerou esse resultado foi desenvolvida no curso de doutorado da Pós-Graduação em Agricultura Tropical e Subtropical do IAC, em Campinas. O Instituto completa 137 anos nesta quinta-feira, 27 de junho, quando será realizada a cerimônia comemorativa, a partir das 15h, na sede do Instituto, em Campinas, com homenagens com o “Prêmio IAC” e a Medalha de “Honra ao Mérito Franz Wilhelm Dafert” para prestigiar personalidades e instituições por seus valores e serviços relevantes prestados à agricultura brasileira. Confira os agraciados abaixo.

O objetivo principal da invenção é reduzir as perdas de frutos carnudos, como é o caso do mamão, que se deterioram facilmente. A pesquisadora que fez doutorado na PG-IAC, Julia Claudiane da Veiga, relata que foi adotada a nanobiotecnologia para desenvolver uma tecnologia de armazenamento e conservação de frutos. O depósito da patente foi feito junto ao Instituto Nacional da Propriedade Industrial (INPI), em 24/04/2024, sendo 50% para o IAC e 50% para a Universidade Federal do ABC (UFABC).

Julia testou uma nova tecnologia a partir de nanopartículas biodegradáveis e biocompatíveis contendo doador de óxido nítrico aplicadas em frutas após a colheita, por dois métodos de aplicação – pulverização e imersão -, que estende o seu tempo de prateleira e viabiliza seu transporte e sua comercialização. Além da prática pós-colheita sustentável, essa tecnologia tem baixo custo.



Na Pós-Graduação do IAC, Julia esteve sob orientação da cientista do Instituto, Ilana Urbano Bron, e coorientação da pesquisadora Neidiquele Maria Silveira, vinculada à PG-IAC, da Agência Paulista de Tecnologia dos Agronegócios (Apta), da Secretaria de Agricultura e Abastecimento do Estado de São Paulo. Participaram também as pesquisadoras Amedea Barozzi Seabra e Joana Claudio Pieretti, da Universidade Federal do ABC.

Dentre os benefícios da tecnologia, destacam-se a aplicação versátil e a eficácia, que facilitam a penetração e a distribuição homogênea do agente nos tecidos do fruto. Isso assegura a preservação da qualidade e armazenamento eficientes de frutos na pós-colheita, mantendo suas propriedades físicas e bioquímicas, além do valor nutricional. “Consequentemente, reduz o estresse oxidativo e mantém a qualidade do produto, ampliando a vida de prateleira na pós-colheita”, explica Neidiquele, que também é docente na Unesp de Rio Claro.

O mamão foi adotado como fruto modelo por ser um produto de interesse para exportação, daí a relevância de uma tecnologia que estenda sua vida útil. Segundo as pesquisadoras, a ideia é aumentar a durabilidade desses frutos, reduzir o amolecimento e a perda de massa para que ele não amolecesse rapidamente. Para isso, foram aplicadas as nanopartículas que liberam óxido nítrico.

De acordo com Julia, existe a possibilidade de a tecnologia ser adotada para outras espécies, a partir do uso desse método, considerando as variações existentes, além de outros estudos e adaptações.

A doutora pela PG-IAC iniciou a pesquisa em 2019 e a concluiu em 2023, com bolsa da Capes. Antes, havia feito mestrado na PG-IAC, em 2018, também com bolsa desta mesma agência de fomento e com estudos na área de Fisiologia da Pós-Colheita.

“Escolhi o IAC para minha carreira acadêmica, mestrado e doutorado, porque o IAC possui uma reputação sólida na minha área de interesse, oferecendo programas reconhecidos e recursos de pesquisa avançados. Acredito que a estrutura curricular e o corpo docente do IAC foram ideais para o desenvolvimento da minha carreira. A proximidade com outros centros de pesquisa e a possibilidade de colaborações também foram fatores decisivos na minha escolha”, diz a agrônoma pelo Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia do Sul de Minas.

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