Santa-cruzense faz relato emocionante no STJ em prol da cannabis medicial
De forma inédita, o STJ (Superior Tribunal de Justiça) em Brasília realizou audiência pública para ouvir as principais instituições do país que atuam com o óleo medicinal extraído da planta de cannabis. A Audiência Pública no Superior Tribunal de Justiça foi realizada dia 25 de março e presidida pela Ministra Helena Regina Costa, que solicitou ouvir pessoas ligadas a causa canábica, e também os contrários à regulamentação, para ter embasamento no julgamento de uma ação que tramita sobre o tema, e que deve ser julgada ainda este semestre.
A vice-presidente da Associação Canábica Maria Flor, a santa-cruzense Claudia Marin, foi convidada para relatar sua história representando todas as famílias típicas (mães no geral) e atípicas (mães de crianças especiais), e os 10 mil pacientes da instituição com sede em Marília que usam remédio da cannabis. Em um relato emocionante contou a história do seu filho Mateus, com Epilepsia de Difícil Controle (síndrome de West), microdeleção do braço longo do cromossomo 9 e alteração de 26 genes, e como o uso do óleo de maconha medicinal modificou suas vidas. Cláudia viu seu filho sorrir pela primeira vez quando ele tinha 10 anos de idade.
“Nada vai voltar atrás, meu filho vai continuar cadeirante, não verbal, tendo alimentação especial mas ele está vivo e todos os dias ligado a mim. Quando nós fizemos o primeiro óleo para o Mateus, pasmem, em quatro dias meu filho parou as crises convulsivas”, lembrou a mãe em lágrimas.
O relato de Cláudia e a audiência no STJ foi destaque no Jornal das Dez da Globo News (veja o vídeo abaixo). Abrindo as portas para um olhar mais humano sobre o debate, a emocionante fala de Claudia chegou em território nacional, e com isso leva para cada lar e esperança por um tratamento que traz qualidade de vida. A matéria também conta com a fala da Ministra do STJ Regina Helena Costa, explicando a importância de levar esse debate ao poder judiciário.
A legitimidade da eficácia do óleo de cannabis foi relatada em seu pronunciamento que além de emocionar, abriu portas para um olhar mais humano sobre o debate, mostrando que além dos números, estatísticas e preconceitos, existem vidas e famílias que precisam e são beneficiadas com o uso da terapia canábica. Segundo seu depoimento, Mateus passou por momentos de 80 crises convulsivas ao dia, hoje com 16 anos ele é uma criança que tem qualidade de vida e não mais necessita de internações.
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