Luiz Carlos Cichini – Humanos na dor
Por diversas vezes, o mundo se transformou em um vale de lágrimas. Guerras, conflitos, catástrofes naturais, pandemias, eventos que ceifaram inúmeras vidas e deixaram um rastro de dor e destruição. A bonança após a tempestade demorou a surgir algumas vezes, mas no final sempre estava lá, dando novo ânimo para um recomeço.
Recomeçar exige força emocional, espiritual, física e intelectual. Não é fácil reerguer-se depois que o mundo ruiu diante dos olhos, depois que a terra tremeu, que as águas arrastaram vidas e sonhos, depois que doenças levaram os amores e destruíram famílias inteiras. Contudo, recomeçar é preciso, e nesse processo se conhece o verdadeiro significado da palavra humanidade.
A dor acaba unindo pessoas, conhecidas ou desconhecidas, em nome de um único propósito: começar de novo, muitas vezes do zero. É a hora em que muitos abrem o coração e, com ele, os armários e os bolsos para ajudarem aqueles que mais precisam no momento. É a ocasião em que as diferenças de ideias e credos são deixadas – ou deveriam ser deixadas – de lado em busca do bem comum. E não é só a ajuda material que chega aos necessitados: uma palavra amiga, uma oração, um abraço, um encontro de olhares, a compreensão dos silêncios. É assim que se dá a solidariedade, a empatia, a humanização.
As pessoas se tornam mais humanas diante de catástrofes, descobrem forças e capacidades que nem imaginavam ter. Que bom seria se não esperassem as tragédias para viverem constantemente em paz e harmonia, como verdadeiros irmãos…
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