Luiz Carlos Cichini – Ah, minha mãe…

Mais um dia das mães se aproxima e, com ele, a saudade vem como companhia. Como muitos já disseram por aí, mãe deveria ser eterna, mas, infelizmente, ela não é. Sua missão árdua por esta terra um dia precisa de descanso, por isso ela deve ser amada e respeitada todos os dias, não só no segundo domingo de maio…

Não poderia deixar de me lembrar dos bons momentos vividos ao lado de minha mãe, Lila, como era conhecida entre os seus. Ela sempre foi meu porto seguro, um exemplo de fé, esperança, resignação e bondade. Teve uma vida inteira de sofrimentos dos mais variados tipos, porém nunca se deu por vencida. Era uma lutadora: lutou incansavelmente para criar os filhos; lutou o quanto pôde para manter o casamento; lutou até o fim contra o câncer…

Não, a doença não a venceu, porque minha mãe não desistiu de viver. Queria ver os filhos e netos se dando bem na vida, curtir o nascimento dos bisnetos, contar ainda com o amor da mãe, já bem idosa, que a tinha como confidente. Ela queria isso e muito mais, e até quando teve forças, fez de tudo para conseguir – e conseguiu!

Minha mãe Lila era muito simples, de uma paciência sem tamanho, um coração enorme e de muita sabedoria. Sabia a hora de falar e a hora de calar, tinha sempre as palavras certas para quem lhe pedia um conselho. Soube respeitar a natureza ímpar de cada filho, a inconstância e teimosia do marido, que abdicou da vida ao seu lado e foi em busca de uma inalcançável liberdade.

Sua fé inabalável a manteve viva por dez anos, resistindo por quase cinco anos à metástase que insistia em tirá-la de nós. Resistiu até o momento em que o câncer a silenciou e a manteve em uma cama, por dezesseis dias, até a manhã em que, cumprida a missão, partiu amparada por todos aqueles que a amavam muito.

Não a tenho mais fisicamente aqui, mas sua presença continua em meu coração, em meus pensamentos, nos momentos tristes e alegres. Seus ensinamentos permanecerão para sempre em meu ser. Não quero mergulhar na tristeza e nem fazer com que se sintam tristes nesse dia. Quero apenas externar minha gratidão pela mulher excepcional que tive como mãe e fazer com que reflitam na dádiva divina que nos foi ofertada em forma de amor materno. Sei que nem todos tiveram ou têm essa sorte e espero que tenham encontrado alguém que os ame como minha mãe me amou.

Obrigado, minha mãe, por ter existido! Feliz dia das mães!!!

______
* As colunas são de responsabilidade de seus autores e
não necessariamente representam a opinião do IBTVNews