Justiça manda de volta à prisão playboys das drogas de Marília que faturavam R$ 1,5 mi ao mês
O Tribunal de Justiça do Estado (TJ/SP), através da desembargadora Fátima Vilas Boas Cruz, da 4ª Câmara de Direito Criminal, revogou decisão do juiz da 1ª Vara Criminal do Fórum de Marília, Luis Augusto da Silva Campoy, e mandou prender, novamente, 24 integrantes de uma quadrilha envolvida principalmente com o tráfico de drogas sintéticas, que atuava em Marília. Os traficantes, a maioria de classe alta, foram presos no início de fevereiro de 2024 em operação da Polícia Civil, denominada SynthLux (em referência ao sintético de luxo).
A justificativa do TJ para a decisão é insuficiência estrutural da polícia em fiscalizar o cumprimento de medidas cautelares determinadas na soltura, como proibição dos acusados de se ausentarem da comarca onde residem e obrigação de comparecimento mensal em juízo para informar atividades e endereço. O TJ também quer evitar que os traficantes soltos mantenham contato entre si
A quadrilha foi desmantelada em operação da Polícia Civil no início de fevereiro. Quatro integrantes conseguiram fugir. Outros 24 foram presos em flagrante, mas soltos por decisão do juiz Luis Campoy, no começo do mês de abril. Agora, a polícia terá mais uma vez que correr atrás dos 24 soltos.
BEM ESTRUTURADA
Após a operação do dia 7 de fevereiro, envolvendo 130 policiais (dos quais 80 só em Marília) e que resultou em 11 mandados de prisão cumpridos e apreensões de drogas, dinheiro, veículos e eletrônicos, em vários bairros e algumas mansões em Marília, como no Jardim Maria Izabel, Esmeraldas e Aeroporto, o delegado titular da Delegacia de Investigações Sobre Entorpecentes (DISE/Marília), João Carlos Domingues, disse que as investigações em torno da quadrilha durou cerca de nove meses, após a prisão em flagrante de um dos envolvidos.
A maioria das pessoas presas em Marília, durante a operação, eram vendedores e movimentaram mais de R$ 1,5 milhão por mês com o tráfico de drogas, com os traficantes comprando veículos e imóveis e de luxo, inclusive em praias. Em áudio interceptado pelas investigações policiais, um deles pede para outro comprar um veículo 0 km que daria de presente para a mãe. Depois ele restituiria o dinheiro.
A partir de São Paulo, onde ficava a base da quadrilha, as drogas eram enviadas através de correios, transportadoras e por outros integrantes. O foco dos traficantes em Marília era a comercialização de drogas sintéticas, principalmente, em festas e para estudantes universitários.
A operação especial envolveu, além de Marília, diversas cidades, como Bauru, Ourinhos, Assis, São Paulo e Catanduva.
Com informações e foto
do Jornal do Povo