Chorando, padre Gustavo se apresenta para ser ouvido no Tribunal do Júri
Às 12h08 o Tribunal do Júri convocou o réu Gustavo Trindade dos Santos para ser ouvido. Padre Gustavo é acusado de atropelar e matar Ângelo Marcos dos Santos Nogueira, conhecido como “Anjinho”, em maio de 2022 e está sendo julgado desde às 9h40 da manhã desta sexta-feira (12).
Assim que seu nome foi anunciado, Gustavo, que até então permaneceu de cabeça baixa ao longo do julgamento, começou a chorar.
Ao ser questionado sobre o desenrolar dos fatos ocorridos no dia 7 de maio de 2022, o padre disse que quando estava perseguindo Anjinho, que já havia tentado roubar a igreja dois dias antes, ao se aproximar pensou: “preciso parar ele.”
A seguir trechos do depoimento de padre Gustavo:
Padre: “Após o acontecimento eu soei muito, fiquei muito nervoso, não sabia o que fazer … Pensava muito no Pedro que me acompanhava, e acabei decidindo voltar ao convento.”
Você imaginava que ele iria se machucar? Tinha alguma previsão de que tudo isso iria acontecer?
Padre: Não, eu só queria parar ele.
O senhor se arrepende?
Padre: muito, muito, muito.
O que o senhor vem passando?
Padre: Minha vida parou, mudou completamente, o que eu mais gostava de fazer, minha vocação, parou. Desde então eu tenho passado muita coisa, os meus amigos mais próximos sabem, isso tem feito muito mal, me arrependo muito, sei que errei, devia ter chamado a polícia, não devia ter ido atrás
Você conseguiu se perdoar?
Padre: Ainda não, eu busco esse perdão, estou arrependido do que aconteceu, não tive intenção de tirar a vida dele, nada disso, e procuro esse perdão, não tem um dia que não lembro. Teve dias que rezei missa por ele. Eu queria pedir perdão, queria visitar ele no hospital, não consegui, queria pedir perdão a família dele
O julgamento foi interrompido para o almoço por volta das 12h40 e será retomado às 14h.
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