23 de novembro de 2024
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Perda dos pais, depressão, solidão: a saga da santa-cruzense que abandonou formações para ser feliz como caminhoneira

A santa-cruzense Francine Dias Ixi, de 42 anos, é formada em direito e administração de empresas, mas há quatro anos ela trocou as profissões de formação acadêmica para se dedicar ao volante de carretas bi-trem. Sua história gerou curiosidade em Santa Cruz do Rio Pardo e, para responder os questionamentos, foi entrevistada segunda-feira (29) por Doni Oliveira, no programa Cidade on Line, transmitido pelo Facebook do IBTV.

Os caminhos que levaram Francine a abandonar as carreiras do direito e administração para se dedicar ao volante de um bi-trem foram tortuosos. Envolve a morte dos pais, uma longa depressão e o isolamento em Santa Cruz com os irmãos morando em outras cidades.

Ela conta que sempre gostou de dirigir e quem a ensinou a conduzir um caminhão foi o próprio pai, o caminhoneiro Osmar Ixi.

“Me ensinou a dirigir, mas queria que eu seguisse outra profissão”, conta Francine. No entanto, o gosto pela direção não saia de seus sonhos.

Em 2015 o pai faleceu vítima de um infarto em uma pescaria no rio Paraguai, em Mato Grosso do Sul. Seu corpo foi encontrado dois dias depois, em 12 de outubro, dia de Nossa Senhora Aparecida. Francine teve sua primeira desilusão na vida e enfrentou uma depressão que durou 62 dias. 

Após se recuperar ela conta que começou a pesquisar na internet sobre a vida das mulheres caminhoneiras. O sonho voltava a dar sinais de se tornar realidade.

“Muitos tentaram me desanimar, mas para mim a direção seria a cura do meu sofrimento. Caminhão não é terapia, mas é terapêutico”, conta Francine.

Foi então que a mãe, uma das únicas a apoiar Francine a seguir com o desejo de se tornar motorista de caminhão adoeceu e faleceu de câncer, em 2020, em plena pandemia do Covid.

“Foi outro baque. Alí não tinha pai. Não tinha mãe. Fiquei sozinha em Santa Cruz porque meus irmãos estavam morando em outra cidade. Fiz cursos, tirei a CNH e comecei a puxar combustível para uma empresa do Mato Grosso”, revela Francine ressaltando que não é fácil deixar o conforto do lar pela cabine de um caminhão. “Mas quem ama o que faz, não trabalha nem um dia”, afirma.

A entrevista completa com Francine pode ser assistida abaixo:

       

 

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