Luiz Carlos Cichini – Comunicação em ação

A nossa chegada ao mundo traz consigo uma série de acontecimentos. Risos, lágrimas de felicidade, conversas em alto e bom som, orgulho por mais um membro dar continuidade à família. Cada fase de nosso desenvolvimento é muito aguardada e celebrada, principalmente, por aqueles que nos geraram, mas nada se iguala à euforia propiciada pelas nossas primeiras palavras. É nesse momento que tomamos nosso lugar no mundo da comunicação verbal, que transformamos em palavras aquilo que queremos transmitir aos demais. Começamos com balbucios, muitas vezes incompreensíveis, até chegarmos à formação de palavras completas, que se unem e formam as mais diversas frases.

No entanto, “nem só de fala vive a comunicação”. Antes de dominarmos a arte da linguagem verbal, já tentávamos nos comunicar através dos gestos, dos olhares, dos resmungos, do choro. E nossas mães, com a sabedoria que a maternidade lhes confere, conseguiam compreender nossa mensagem na maior parte das vezes. Assim fomos crescendo e aprendendo a dominar a comunicação. Aprendemos que nem sempre as palavras são necessárias para se dizer algo.

Muita coisa pode ser dita no silêncio de um olhar, no contorno de um sorriso, numa ruga de cansaço ou preocupação. Quem tem olhos e coração sensíveis consegue captar o que não foi dito, porque as palavras nem sempre conseguem expressar o que sentimos. Nem toda dor pode ser traduzida e nem toda felicidade consegue se limitar a um grupo de palavras.

O mundo está cheio de textos para serem lidos. A todo momento, milhares de mensagens circulam diante de nossos olhos. Não é preciso ser um exímio leitor, escritor ou doutor em literatura para compreender tudo. Às vezes uma alma simples e analfabeta consegue ler muito mais do que aquela que se dedicou por anos ao mundo das letras.

É preciso ler com a alma, enxergar a história por trás dos monumentos, da arquitetura antiga e bela que encontramos por aí; compreender as dores e amores vivenciados ao longo do tempo, os sentimentos escondidos, as lágrimas incontidas. Tudo é comunicação, a vida nos comunica a todo instante o sentido do existir. Que estejamos sempre atentos para captar suas mensagens…

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